“É como proto-fingir. Como se você fingisse que tá fingindo antes mesmo de fingir.”
- Aeluriah
- 10 de mai.
- 1 min de leitura
Atualizado: 28 de mai.

“É como proto-fingir. Como se você fingisse que tá fingindo antes mesmo de fingir.”
Proto-fingir.
É o gesto antes do gesto.
É a emoção fabricada antes da emoção falsa.
É o eco da presença num corpo que só sabe repetir o que viu.
E aí você cresce achando que isso é ser.
Que isso é estar.
Que isso é você.
Mas não é.
É só um molde.
Uma simulação precoce.
Um avatar criado por medo, por ausência, por trauma.
Você finge que tá fingindo antes de fingir…
porque em algum lugar lá atrás,
ser de verdade era perigoso demais.
Então você performa.
Você aprende o tom de voz certo.
A risada na hora certa.
A lágrima ensaiada.
O olhar vazio que ninguém questiona.
E o tempo passa.
E você segue vivendo nesse looping esquisito, onde toda emoção é uma prévia da emoção que nunca chega.
E você chama isso de vida.
Mas no fundo…
no fundo mesmo…
você sabe.
Que nunca foi.
Quantas camadas existem entre quem você mostra e quem você é?
Mari Kuste/Aeluriah
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