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Corpo como Oráculo: quando o sagrado fala através do cansaço

Atualizado: 30 de abr.

Imagem que representa a conexão entre o corpo e a sabedoria interna, mostrando o corpo como um oráculo cansado que carrega verdades e sinais sutis.

Meu corpo, meu oráculo cansado

Tem dias que eu não preciso jogar cartas, nem perguntar nada pro céu.

Meu corpo inteiro é o próprio oráculo.

Um templo exausto, mas ainda sagrado.


Ele fala na dor que aperta sem motivo.

Fala no enjoo que não é fome.

Fala na vontade de sumir sem saber pra onde.


O corpo como oráculo é uma linguagem ancestral que a mente moderna tenta calar. Mas ele fala — com sintomas, sensações, impulsos. O corpo guarda respostas que o tarô às vezes só confirma.


Meu corpo já viu tudo que eu escondi de mim.

Já tentou avisar nas noites insones, nas lágrimas que queimavam a garganta, nos impulsos que eu jogava pra debaixo do tapete.

Meu corpo sempre soube.

Sempre gritou.

Eu é que calei.


Agora ele anda cansado de carregar perguntas que eu insisto em ignorar.

Ele range, ele trava, ele pesa…

Não de velhice — mas de acúmulo.

De tudo que eu não ouvi, de tudo que eu não chorei, de tudo que eu quis segurar na força.


Hoje, eu entendo.

Não é drama, não é fraqueza, não é frescura.

É só o sagrado me pedindo pra sentar, pra escutar, pra ser.

Pra lembrar que o corpo é o primeiro altar.

E que às vezes, o maior milagre é simplesmente parar de lutar contra ele.


Meu corpo é meu oráculo cansado.

E eu tô aprendendo, finalmente, a ler os sinais.


-Por Aeluriah

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