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MANIFESTO DA ALMA LIVRE: O DEUS QUE NÃO SE OFENDE

Atualizado: há 4 dias


Ilustração em tons terrosos do “Manifesto Alma Livre: O Deus Que Não Se Ofende”. No centro, uma mulher de olhos fechados com expressão serena, braços erguidos e um colar de ankh no pescoço. Atrás dela, há raios dourados como uma aura. À esquerda, um símbolo de lua crescente; à direita, uma chama. A estética remete a espiritualidade, equilíbrio e força interior.

O Deus Que Não Se Ofende


“Se a sua pergunta assusta seu deus, talvez ele não seja tão grande assim.”


Disseram que Deus se ofende.

Com a dúvida.

Com a crítica.

Com o sexo.

Com o corpo.

Com o pensamento livre.

Com a mulher que não abaixa a cabeça.

Com o homem que sente.

Com o pobre que se revolta.

Com o artista que ousa.

Com quem se recusa a aceitar tudo calado.


Mas… quem se ofende com essas coisas é o homem.

Com medo do que não controla.

Com raiva do que não entende.


O Deus real (se é que existe) não pode ser frágil.

Porque, se existe uma força suprema por trás de tudo,

ela precisa ser, no mínimo, mais elevada do que nós.

Mais sábia. Mais amorosa. Mais livre.


A lógica é simples:

pra que algo seja digno de ser chamado de Deus,

ele precisa estar acima das reações humanas que nos aprisionam

acima do orgulho ferido, da carência por adoração,

do medo da dúvida, da raiva diante da desobediência.


Um ser que exige obediência cega,

que pune quem questiona,

que se ofende com o corpo, o desejo, a liberdade,

não é Deus – é só uma projeção do nosso próprio medo.


E se ele não for superior, então… por que ele?

Qual é o papel do divino, se não é pra nos expandir?

Nos guiar com amor, e não com medo?


Se esse “Deus” sente mais insegurança do que um ser humano em crise,

ele não está acima – está abaixo.

E se está abaixo, não liberta. Só controla.


Aliás… se ele criou tudo o instinto, o erro, o acerto, o sexo, a dúvida

então como pode se ofender com aquilo que Ele mesmo plantou?


Até os animais sentem, vivem, desejam, confiam.

Até um cão olha nos seus olhos com uma pureza que muita religião perdeu.

A vida pulsa, ama, respira…sem culpa.

Por que o divino se ofenderia com isso?


O verdadeiro Deus (se existe)

não precisa ser defendido como uma estátua que pode rachar.

Não se importa em ser desafiado, porque não se sente ameaçado.

Ele entende o processo, o caos, o grito, o erro

porque é grande o suficiente pra acolher tudo isso.


Um Deus assim… não se ofende.

Porque já transcendeu a necessidade de provar algo.

Porque não tem medo de quem pensa.

Porque ama o ser humano inteiro,

até quando ele não entende,

até quando ele sente raiva,

até quando ele diz “não sei”.


Esse capítulo é sobre isso:

devolver a você o direito de ser humano na presença do sagrado.

Sem máscaras.

Sem medo de errar.

Sem medo de falar “não entendi”.

Sem medo de sentir raiva, cansaço, desejo ou confusão.


Deus não se ofende com a sua alma nua.

Talvez –só talvez. Ele se afaste quando você se esconde dela.

Ou talvez nem isso.

Talvez Ele esteja lá, mesmo quando você não sente.


P.S.:

(Se é que existe)

isso não anula a minha crença – ou descrença.


Até porque, se Ele existe de fato,

não depende da nossa crença para existir.


— Aeluriah

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