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O vazio da modernidade: anestesiados e famintos de sentido

Atualizado: 15 de mai.


Imagem de um homem tomando soro representando a sociedade vazia e faminta de sentido

Vivemos cercados de conexões, e ainda assim tão sozinhos que dói.

Tem sempre uma aba aberta, uma notificação piscando, uma entrega chegando — e mesmo assim, a alma segue implorando por algo que não vem da Shopee.

A modernidade nos prometeu conforto, progresso, velocidade.

Mas não falou nada sobre significado.

Nem sobre como seria viver dentro de uma avalanche de estímulos, sem tempo de sentir nenhum.

A gente posta sorrisos enquanto esconde o grito.

A gente performa felicidade porque ser verdadeiro é arriscado demais.

O algoritmo quer engajamento, não verdade.

E nesse teatro coletivo, vai se perdendo a essência.

Estamos cheios — de conteúdo, de informação, de metas. Mas vazios — de presença, de vínculos profundos, de silêncio nutritivo.

O sagrado foi substituído pelo conveniente.

A poesia virou legenda de marketing.

O amor virou contrato condicional com cláusulas de ego.

O vazio da modernidade não é ausência.

É excesso.

Excesso que entope, que entorpece, que grita sem som.

E no fundo desse excesso, uma solidão densa, gelada, quase invisível —porque foi normalizada.

Mas eu não aceito que a vida seja só isso.

Não aceito que estar anestesiado seja o preço da sobrevivência.

Quero a fúria da presença.

Quero me lembrar que sou corpo, alma e caos.

Quero sentir até transbordar.

E você?

Se tudo parece vazio, talvez seja hora de parar de buscar fora.

E começar a escutar esse eco que vem de dentro.

Ele não mente.

Ele chama.

Ele sangra verdade.

Se for pra seguir nesse mundo, que seja com olhos abertos e alma acesa.

Mesmo que doa.

Mesmo que vá contra o fluxo.

A lucidez é um ato de rebeldia.

E o vazio, talvez, seja só um convite brutal pra se reencontrar.


Mari kuste/ Aeluriah

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