TRÊS DE ESPADAS- Não é o fim do amor. É o fim da ilusão.

A dor nem sempre vem gritando.

Às vezes, ela chega quieta.

Caminha de mansinho e se instala no peito como uma terceira presença

 —não é você, não é o outro.

É o vazio entre vocês.

O 3 de Espadas é isso.

Não é só sobre um fim.

É sobre quando o coração se parte em silêncio…e ninguém percebe.

É sobre aquele momento em que você ainda ama, mas não consegue mais confiar.

Em que você ainda sente, mas já sabe que não dá.

É traição, sim.

Mas também é ausência.

É distância dentro da presença.

É olhar pro outro e se perguntar:quando foi que a gente deixou de se encontrar?

O 3 de Espadas atravessa.

Não só o peito — mas tudo o que você acreditava.

É a quebra de uma imagem, de uma idealização.

A queda de um amor que talvez nunca tenha existido da forma que você imaginou.

E isso dói mais do que o abandono.

Dói porque é real.

Essa carta vem quando o coração já tá cansado de esperar.

Quando a alma implora por verdade.

Mesmo que essa verdade venha com sangue.

Ela não chega pra punir.

Chega pra te despertar.

Pra te tirar de relações mornas, laços ilusórios, silêncios que adoecem.

Ela mostra o que está errado.

Mesmo que você ainda não esteja prontx pra deixar ir.

E quando ela passa…fica a cicatriz.

Mas também a clareza.

Porque depois do 3 de Espadas, a gente já não ama como antes.

A gente ama com mais presença.

Com mais lucidez.

Ou, às vezes, com mais distância — porque aprendeu a se proteger.

O 3 de Espadas não é o fim do amor.

É o fim da ilusão.

E isso, por mais cruel que pareça, é o começo da cura.

— Mari Kuste/Aeluriah