TRÊS DE ESPADAS
- Aeluriah
- 18 de abr.
- 1 min de leitura
Atualizado: 12 de ago.

A dor nem sempre grita.
Às vezes, ela só chega.
Baixa o tom, ocupa espaço, se aloja.
Como uma terceira presença.
Não é você.
Não é o outro.
É o vazio entre os dois.
O 3 de Espadas é isso.
Não fala só de fim.
Fala do intervalo onde tudo ainda existe, mas já não sustenta.
É quando o coração se parte em silêncio.
E ninguém percebe.
Quando ainda há amor, mas já não há confiança.
Quando o sentimento fica, mas a entrega se esvazia.

Às vezes é traição.
Às vezes, só ausência.
Distância dentro da presença.
Olhar pro outro e pensar: em que momento a gente se perdeu?
O 3 de Espadas não atravessa só o peito.
Atravessa a crença.
Desfaz a imagem.
Derruba o amor idealizado que talvez nunca tenha existido como você imaginou.
E isso dói.
Mais que abandono.
Dói porque é real.
Essa carta aparece quando o coração já cansou de esperar.
Quando a alma pede por verdade.
Mesmo que essa verdade venha cortando.
Ela não pune.
Acorda.
Tira você de relações mornas, de silêncios que adoecem.
Aponta o que está errado.
Mesmo que você ainda não consiga soltar.
E quando passa, fica a cicatriz.
Mas também a clareza.
Porque depois do 3 de Espadas, o amor já não é o mesmo.
Vira presença, lucidez.
Ou, às vezes, distância.
Porque agora você sabe se proteger.
O 3 de Espadas não mata o amor.
Mata a ilusão.
E, no fim, isso é o que começa a curar.
—Aeluriah






